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ARTIGOS

v. 4 n. 1 (2016)

Processos de formação de sentido musical: O caso da improvisação jazzística

Enviado
dezembro 2, 2020
Publicado
30.12.2016

Resumo

No presente estudo enfrento uma situação diferente daquela proposta pelo paradigma ouvinte-obra musical. Não proponho aqui a compreensão dos processos cognitivos de formação de sentido do ouvinte de uma obra musical pré-estabelecida, mas sim destes processos do ponto de vista do performer que experimenta a música pela primeira vez em concomitância com a sua criação por meio de improvisação. As questões orientadoras aqui são: Como se dá o processo de formação de sentido musical em solos improvisados? Performers improvisadores têm a intenção de produzir algum sentido em seus solos? Que categoria de sentido? Primeiramente, discuto como a tradição musical ocidental europeia tem entendido o conceito de sentido musical e como esta mesma tradição tem buscado aferir tal concepção de sentido em itens particulares do seu repertório. Em seguida, discuto as dessemelhanças entre o paradigma tradicional de composição, como atividade criativa por excelência neste contexto, e a prática criativa da improvisação jazzística (aqui entendida como uma prática improvisatória específica, no âmbito da música chamada “popular”). Por meio desta comparação apresento o argumento de que o paradigma tradicional não se mostra como o mais adequado para a abordagem da improvisação jazzística, principalmente no tocante aos aspectos cognitivos desta prática.

Processes of musical meaning formation: The case of jazz improvisation

Abstract: In the present study, I face a situation different from that proposed by the listener paradigm. I do not propose here the understanding of the cognitive processes of formation of the meaning of the listener of a pre-established musical work, but of these processes from the performer who experiences the music for the first time in concomitance with its creation through improvisation. The guiding questions here are: How does the process of musical sense formation occur in improvised solos? Are improvisational performers intent on making any sense in their solos? What category of meaning? Firstly, I discuss how the Western European musical tradition has understood the concept of musical sense and how this same tradition has tried to gauge such conception of meaning in particular items of its repertoire. Next, I discuss the dissimilarities between the traditional paradigm of composition as creative activity par excellence in this context and the creative practice of jazz improvisation (here understood as a specific improvisatory practice within the so-called "popular" music). Through this comparison, I present the argument that the traditional paradigm does not prove to be the most appropriate for the approach to jazz improvisation, especially concerning the cognitive aspects of this practice.

https://doi.org/10.34018/2318-891X.4(1)77-92