Skip to main navigation menu Skip to main content Skip to site footer

ARTIGOS

Vol. 5 No. 1 (2017)

Musique, temps et narrativité: Origine et destins de la musicalité humaine

Submitted
December 2, 2020
Published
2023-11-26

Abstract

La narrativité, structure de l’expérience humaine du temps, est-elle aussi ce qui organise notre expérience musicale? Autrement dit, la musique raconte-elle des histoires? Pendant longtemps, et parfois encore aujourd’hui, la plupart des musicologues et des sémiologues ont répondu par la négative. Or en littérature, on peut identifier une structure de l’expérience du temps, antérieure au récit lui-même, que l’on peut dire proto-narrative, et qui organise en alternances successives de tensions et de détentes, de répétitions et de variations, de temps pleins et denses et de temps vides ou morts, d’attentes, de surprises et de satisfactions, la cohérence et le déroule- ment du récit. Sans doute d’abord Schoenberg, mais d’autres compositeurs se sont affranchis de cette protonarrativité linéaire pour construire des oeuvres aux structures éclatées et algébrisées, dans lesquelles le temps ne passe pas, n’a pas de direction ni de sens. C’est ce paradoxe qu’il faut comprendre, où de nouvelles formes renouent avec le temps-devenir, donnant le sentiment d’une directionnalité forte qui implique une structure protonarrative avec une ligne de tension dramatique orientée, et qui nous racontent ainsi de nouvelles histoires d’intentionnalités sans paroles ni concepts pour les dire.

Música, tempo e narratividade: Origem e destino da musicalidade humana

Resumo: A narratividade, estrutura da experiência humana do tempo, é também o que organiza nossa experiência musical? Em outras palavras, a música conta histórias? Por muito tempo, e às vezes até hoje, a maioria dos musicólogos e semiólogos respondeu negativamente. Agora, na literatura, podemos identificar uma estrutura da experiência do tempo, anterior à própria narrativa, que podemos dizer protonarrativa, e que se organiza em sucessivas alternações de tensões e relaxamentos, repetições e variações, tempo cheio e denso e tempo vazio ou morto, expectativas, surpresas e satisfações, a coerência e desdobramento da história. Provavelmente primeiro Schoenberg, mas outros compositores se libertaram dessa protonarrativa linear para construir obras com estruturas explodidas e algébricas, nas quais o tempo não passa, não tem direção ou significado. É este paradoxo que deve ser entendido, quando novas formas se reconectam com o devir do tempo, dando a sensação de forte direcionalidade que implica um protótipo. Narrativa com uma linha de tensão dramática orientada, e que nos contam novas histórias de intencionalidade sem palavras ou conceitos para dizer.

https://doi.org/10.34018/2318-891X.5(1)17-36