Esta pesquisa visa entender uma parte da produção contemporânea do que é entendido culturalmente como choro ou, assim apontam alguns autores, práticas que estão contidas em definições como neo-choro (Zagury, 2014), choro contemporâneo (Valente, 2014), uma terceira coisa (Clímaco, 2008) ou ainda jazz brasileiro (Piedade, 2003). Subentende-se, portanto, que há uma pluralidade de maneiras de ouvir e de fazer choro. Em seu “nascimento”, na década de 70 do século XIX, o choro foi posteriormente identificado como uma maneira distinta de interpretar diferentes gêneros vindos da Europa, como polca, mazurca, schottische, dentre outros. Ele herdaria assim esquemas formais—desde unidades em larga escala como o esquema formal rondó até unidades menores como células rítmicas—que representam regras musicais que ora são reproduzidas literalmente ora podem se tornar o fulcro para interpretações e releituras. Partindo da estruturação do Choro proposta por Almada (2006), acredito que a priorização do parâmetro harmônico-formal possibilita obtermos informações relevantes acerca do gênero. Pretendo neste trabalho demonstrar que a aplicação do modelo analítico-gerativo desenvolvido por Rohrmeier (2015) pode fornecer sólida fundamentação desta hipótese, pois ele próprio argumenta, a abordagem gramático-gerativa tem uma flexibilidade que permite a apresentação de formalizações através de modelagem.
Contemporary practices of Choro: Generative analysis
Abstract: This research aims to understand a part of contemporary production of what is culturally understood as crying or, as some authors point out, practices that are contained in definitions such as neo-choro (Zagury, 2014), contemporary crying (Valente, 2014), a third thing (Clímaco, 2008) or Brazilian jazz (Piedade, 2003). It is therefore understood that there is a plurality of ways of listening and crying. In its "birth," in the '70s of the nineteenth century, crying was later identified as a distinct way of interpreting different genres from Europe, such as polka, mazurka, schottische, among others. It would thus inherit formal schemas-from large-scale units as the formal scheme roamed to smaller units like rhythmic cells-which represent musical rules that are now literally reproduced and can now become the fulcrum for interpretations and re-readings. Starting from the Choro structuring proposed by Almada (2006), I believe that the prioritization of the harmonic-formal parameter makes it possible to obtain relevant information about the genre. In this paper, I intend to demonstrate that the application of the analytic-generative model developed by Rohrmeier (2015) can provide a solid foundation for this hypothesis, as he argues, the grammatical-generative approach has a flexibility that allows the presentation of formalizations through modeling.
https://doi.org/10.34018/2318-891X.4(1)93-106