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ARTIGOS

Vol. 4 No. 1 (2016)

Experiência duracional e sentido musical: O papel dos esquemas de imagem

Submitted
December 2, 2020
Published
2016-12-30

Abstract

Ao partir da premissa de que todo o conhecimento musical possível ao ouvinte se dá em bases da experiência corporal, tendo esta um caráter ontológico de formação dos construtos mentais lógico-perceptivos denominados esquemas de imagem (Johnson, 1987), busquei, a partir da experiência de escuta de peças musicais inéditas, discutir as possíveis estratégias de categorização (Rosch, 1978; Zbikowski, 1995, 2002) dos ouvintes, através da análise de seus relatos acerca do conteúdo musical percebido no fluxo musical a que foram expostos. A hipótese central do estudo é que a percepção de duração musical e as descrições linguísticas a ela relacionadas podem nos oferecer pistas acerca dos modos de apreensão e dos processos mentais que determinam aquele entendimento. A argumentação do trabalho tem base na literatura da ciência cognitiva incorporada, sendo conceitos como os de esquemas de imagem, de memória, e de conceituação da música, essenciais à discussão. Como resultado, pude constatar que o processo de categorização mais complexo utilizado pelos ouvintes para estabelecer um entendimento do fluxo musical determina uma estimativa duracional maior deste fluxo. Em outras palavras, o processo de categorização do fluxo musical está profundamente relacionado a como o ouvinte experimenta sua duração.

Durational experience and musical meaning: The role of image schema

Abstract: Starting from the premise that all musical knowledge possible to the listener occurs on the basis of bodily experience, having an ontological character of the formation of the logical-perceptive mental constructs called image schemes (Johnson, 1987), I have sought, from experience (Rosch, 1978; Zbikowski, 1995, 2002) of the listeners, through the analysis of their reports about the musical content perceived in the musical stream to which they were exposed. The central hypothesis of the study is that the perception of musical duration and related linguistic descriptions may offer us clues about the modes of apprehension and the mental processes that determine that understanding. The work's argumentation is based on the literature of incorporated cognitive science, concepts such as image, memory, and conceptualization of music, essential for discussion. As a result, I could see that the more complex categorization process used by listeners to establish an understanding of the musical flow determines a more prolonged duration estimate of this flow. In other words, the process of categorizing the musical stream is deeply related to how the listener experiences its duration.

https://doi.org/10.34018/2318-891X.4(1)57-75