Música e conhecimento estão categoricamente atrelados. Talvez, a prova mais cabal dessa afirmação seja o fato de que a música está presente na universidade, admitida como área de formação, estudo e pesquisa. Não obstante, considerar a música como forma de conhecimento não é unanimidade e na literatura podem ser observadas diferenças significativas quanto a esse entendimento. Partindo justamente de posicionamentos antagônicos, proponho uma reflexão sintética sobre a natureza, formas e processos relativos ao conhecimento em música de modo a conceber uma epistemologia da composição musical. Nesse sentido, perpassam as considerações presentes neste texto as seguintes indagações: Que tipo de conhecimento poder ser adquirido e transmitido compondo-se música? Que tipo de conhecimento poder ser adquirido por meio da fruição musical? Que tipo de conhecimento poder ser adquirido na performance musical? Interrogar a atividade composicional, e consequentemente a música, como forma de conhecimento implica, necessariamente, em aventar a possibilidade de a música ser comunicada e compreendida, possibilidades estas consideradas na primeira parte deste texto.
Concerning an Epistemology of Music Composition
Abstract: Music and knowledge are inexorably attached. Perhaps, the most striking proof of this assumption is the fact that music is present at universities, acknowl- edged as a field of study and research. Notwithstanding, to consider music as a form of knowledge is not a unanimity, and one can observe remarkable di- vergences in the literature regarding this understanding. Having these antago- nistic stands as a starting point, I propose here a synthetic reflection upon the nature, forms and processes regarding knowledge in music. In this sense, I am heading towards an epistemology of music composition. Thus, the following questions are suggested: what kind of knowledge can be acquired and trans- mitted by composing music? What kind of knowledge can be acquired by lis- tening to music? What kind of knowledge can be acquired by performing mu- sic? To interrogate the act of composing, and consequently, the music itself, as a form of knowledge demands to verify the possibilities of the music allowing its communication and comprehension. These possibilities are also considered in the first part of this text.
https://doi.org/10.34018/2318-891X.4(2)57-69