Dentre as funções mentais recrutadas pela música, o processamento de timbre é possivelmente um dos mais interessantes, pois exemplifica a constância perceptual que permite reconhecimento de regularidades no ambiente. O objetivo do presente trabalho foi investigar a percepção musical de crianças com educação formal em música e a prevalência de ouvintes sintéticos e analíticos com base na percepção diferencial de tons complexos. Participaram trinta crianças entre 10 e 15 anos, que responderam a 48 pares de tons, nos quais o segundo tom deveria ser julgado como ascendente ou descendente. As respostas dos participantes permitiram o cálculo de um índice de preferência de percepção tonal (Δp). Os resultados mostram que o Grupo Controle apresentou Δp mais próximo a zero do que o Grupo Músicos, ambos com distribuição normal. Logo, músicos e não-músicos têm diferenças sutis na percepção de tons complexos, com predominância de ouvintes sintéticos para os músicos investigados.
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