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A cognição musical compreende diversos processos mentais espontâneos, como a imaginação musical involuntária (InMI), cujas implicações para a criatividade ainda são pouco conhecidas. Os earworms, fragmentos melódicos repetitivos que emergem na mente involuntariamente, são considerados comuns na população geral (Liikkanen & Jakubowski, 2020). Geralmente interpretados como eventos recordativos, essa visão reduz a compreensão das possibilidades criativas associada ao fenômeno. Este trabalho questiona tal premissa, investigando o fenômeno à luz da literatura em neurociência sobre consolidação e recombinação de memórias. Considerando estudos que revelam a flexibilidade mnemônica e o papel de “erros de processamento” no aprendizado, sugerimos que os earworms não representam apenas lembranças musicais, mas também recombinações potencialmente criativas. Com isso, o estudo contribui para ampliar a compreensão da InMI e sua relação com a criatividade, reforçando a importância do fenômeno como objeto de pesquisa cognitiva musical.
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